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Combine propósito e paixão no que você faz

O propósito ou a paixão levam a um desempenho de destaque?

O que você acha? Pretendo neste texto abordar isso e ajudar a responder.

Se você ou alguém que você conhece está começando, começando de novo ou em algum lugar no meio da jornada profissional, espero que estes insights ofereçam orientação para o sucesso sustentável na carreira e significado para a vida profissional.

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Desconstruindo o mito do sucesso

Eu sou professor universitário há exatos 25 anos.

Todos os anos, dezenas de estudantes se formam nas universidades brasileiras e se aventuram na sua nova carreira com sonhos de sucesso. E, todos os anos, todos esses jovens heróis (em sua maioria extremamente talentosos) descobrem que são meros grãos de areia em uma vasta praia, pois se encontram cercados por dezenas de milhares de pessoas tão boas ou melhores que eles.

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Eles fizeram o que todo discurso clichê de formatura exalta. Eles “seguiram sua paixão”. Mas este não é o caso, por exemplo, com organizações sem fins lucrativos, no Brasil chamadas de Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

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Todo fundador de uma OSC começa tentando corrigir alguns erros que vê no mundo. Pode ser tratamentos para pessoas com deficiência intelectual e/ou física, falta de moradia, tráfico de pessoas, insegurança alimentar, orfanatos, encarceramento injusto, etc.

Existem milhares de organizações sem fins lucrativos no Brasil e milhões no mundo, pelo que podemos estimar.

As OSCs têm um propósito. No entanto, a rotatividade de colaboradores no mundo sem fins lucrativos é alta e a arrecadação de fundos é difícil. Muito difícil. A maioria das organizações sem fins lucrativos permanece pequena, local e apoiada por um círculo interno imutável de abnegados. Em ambos os casos, parece que nem o propósito nem a paixão levam ao alto desempenho. Parece. A realidade pode ser diferente quando a OSC é firme em sua evolução.

Aprendendo com quem diz ter sucesso na carreira

E quanto às pessoas que se dizem realizadas na carreira? O propósito e/ou paixão desempenhou um papel em seu sucesso?

A primeira vez que notei uma interação contra-intuitiva entre propósito e paixão foi na literatura. A teoria revelou que a maioria das pessoas que têm sucesso vivem em casas normais em bairros comuns. Dirigem carros normais. Não são workaholics. Aproveitam o tempo com suas famílias. Esse sujeito típico está muito longe dos estereótipos de mansões, jatos particulares e gastos excessivos.

Ainda de acordo com a teoria, indivíduos que obtiveram sucesso por conta própria afirmaram que inicialmente escolheram sua carreira por amor ao trabalho em si. Mas, a maioria escolheu sua vocação porque oferecia independência financeira. Fiquei atento a esses dados porque me fizeram perceber que “seguir sua paixão” não era um caminho garantido para o sucesso ou importância.

Isso me incomodou por anos. Isso me levou a pensar que eu precisava priorizar o potencial de geração de renda do meu trabalho como professor, empresário ou investidor em detrimento de algum propósito maior ou sensação de satisfação.

No entanto, recentemente, descobri novas pesquisas que me trouxeram uma reviravolta surpreendente.

Desempenho: propósito ou paixão?

Essas pesquisas sobre como o propósito, a paixão e o desempenho se correlacionam com os melhores desempenhos em todos os setores e grupos demográficos. Antes de pularmos em suas descobertas, precisamos esclarecer o que queremos dizer quando usamos as palavras “propósito” e “paixão”. Elas foram tão usadas ​​que perderam a força em determinadas situações.

  • Objetivo é “fazer o que agrega valor”. O propósito é orientado para o outro. Ele olha para o mundo e busca fazer a diferença.

  • Paixão é “fazer o que você gosta”. A paixão é auto-orientada. Busca satisfação. Minhas paixões são alimentadas por coisas que gosto. As suas também.

Pode-se afirmar que seguir sua paixão não leva a um melhor desempenho. Mas aqui está a diferença: os dados dessas também mostraram que ignorar sua paixão era igualmente prejudicial para o desempenho. Descobriu-se que os profissionais de melhor desempenho combinam paixão com propósito.

Então o que podemos aprender com isso?

Aprendizado 1: comece com o objetivo

Quando usamos a palavra “propósito”, estamos falando sobre como contribuímos para os outros. Em vez de se concentrar no que você gosta ou deseja realizar, comece explicando como pode contribuir com valor. Agora mesmo. Hoje.

A cada dia, a cada encontro que você tiver, encontre maneiras de criar valor. Para seus clientes. Para sua equipe. Para sua família. Para seus amigos.

Aprendizado 2: Descubra a paixão dentro desse propósito

À medida que você passa cada dia contribuindo com valor, preste atenção no que está fazendo quando sentir alegria e satisfação. Essa é a sua paixão. E você pode descobrir novas paixões por meio desse processo. Então, otimize isso.

Aprendizado 3: alcance o desempenho máximo (e, em última análise, o sucesso)

Quando você pensa em empresas de alto desempenho, que qualidades vêm à mente? Os profissionais de melhor desempenho com os quais trabalhei ao longo dos anos trazem valor consistente e energia positiva para cada equipe, situação e desafio. Eles trazem valor consistente (ou seja, propósito) e energia positiva (ou seja, paixão).

Com o tempo, as promoções e os rendimentos desse trabalho podem surgir. 

Os sujeitos de sucesso começaram escolhendo um trabalho que os pudesse levar à independência financeira. No entanto, eles fizeram isso escolhendo uma empresa que criava valor para um grupo de clientes mal atendidos. Esse é o propósito!

E, com o tempo, se apaixonaram pelo seu trabalho, pois viram como ele estava atendendo e ajudando seus clientes. Isso é paixão!

E se os profissionais em início de carreira começassem a se concentrar em contribuir com valor, em vez de focar no que mais gostam? E se os trabalhadores sem fins lucrativos cultivassem intencionalmente a paixão dentro do propósito de seu trabalho?

Um convite para a reflexão

Estou fascinado pela reflexão que as pessoas fazem ao tentar equilibrar o seu desejo de sucesso e o significado do que fazem. E descobri, por meio de pesquisas disponíveis, que muitas das histórias que contamos a nós mesmos sobre nosso trabalho têm um impacto negativo em nossa capacidade de fazer um trabalho importante (para nós e para os outros).

Agora, escolha um trabalho que agregue valor e que você goste! O resto irá acontecer.

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Prof. Alberto Claro

Doutor em Comunicação Social; Professor de Administração da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; Sócio investidor da CRM Zen e da PART Eventos; Diretor de Comunicação (voluntário) da Casa da Esperança de Santos®; Palestrante nacional e internacional na área de Administração, Comunicação e Marketing.